Nossa infância sem duvida foi marcada por várias historias que nossos pai contavam, não é verdade? Porém, os famosos “Contos de Fadas” que conhecemos não foram escritos com o objetivo de serem doces e estimular a imaginação das crianças. Pelo contrário! Muitos deles são macabros e bizarros com finais nada felizes.

     A maioria das histórias foram escritas durante a Idade Média e, pelo que vi, as pessoas não se importavam muito em levar felicidade e esperança aos pequenos. Eu separei as versões originais dos meus contos favoritos.

CINDERELA

     Todos conhecem esta história, certo? Bem, ao que me pareceu, esse é um dos contos mais antigos de todos, com versões que datam do século I antes de Cristo.

     Lembram-se de quando Cinderela foi proibida pela madrasta de ir ao baile onde o príncipe iria escolher sua esposa? Então... Nas versões antigas ela consegue ir ao castelo, pois, enquanto chorava no sótão, ela fez um pacto com as trevas, que duraria até a meia-noite. Logo, ela não tinha uma fada madrinha.

     Dali em diante segue a história que conhecemos: ela vai para o baile e dança a noite toda com o príncipe. Ao badalar da meia-noite ela foge para casa, mas esquece de seu sapatinho de cristal.

     O príncipe encontra-o e sai pelo reino em busca da jovem que passou aquela noite com ele, prometendo casamento à dona do sapatinho. As filhas da madrasta trancam Cinderela no quarto, e depois cortam pedaços dos seus dedos e do calcanhar para que seus pés possam caber no sapato.

     No fim, o príncipe descobre que Cinderela é a dama que ele estava procurando e, como castigo, a madrasta má e suas filhas têm os olhos arrancados e comidos pelos corvos e passam o resto de suas vidas como mendigas cegas.

CHAPEUZINHO VERMELHO

     Na história que foi popularizada e que conhecemos existem quatro personagens: a Chapeuzinho Vermelho, o Lobo Mau, a Vovozinha e o Lenhador. Porém, na história original o lenhador não existe.

     No conto original, ao saber que Chapeuzinho irá visitar sua vovó, o lobo corre até a casa desta última e a devora, deixando alguns pedaços, e logo depois se disfarça de avó. Quando a menina chega, o lobo oferece uma sopa para a “neta”, que foi feita com os pedaços da velhinha. Após comer, a garota é forçada a deitar-se com a “vovozinha” – daí surgem interpretações sexuais para a história.

     Depois de o lobo dizer que tem uma “boca grande para te comer”, ele devora Chapeuzinho.

     Em outras versões antigas, a Chapeuzinho seduz o lobo após fazer um strip-tease e logo depois foge. Em outra, ela fingi que vai ao banheiro (que naquela época ficava do lado de fora da casa) e foge. Enfim, de qualquer maneira a vovó morre!

BRANCA DE NEVE

     Na história original não existe uma bruxa, mas sim a MÃE da Branca de Neve. Ela, como está ficando velha a feia, vai ficando com inveja da própria filha, pois sempre que conversa com o espelho, ele sempre diz que “Branca de Neve é a pessoa mais linda deste mundo”.

     Inconformada, a Rainha manda um caçador matar a sua filha, mas, além de pedir o coração da menina (que a versão da Disney conta), ela pede também o fígado e os pulmões. Para que? Para comer os órgãos e tentar ficar tão bonita quanto a filha.

     O caçador não tem coragem de matar a menina, pois a mesma é muito bonita. Então ela foge e encontra a casa dos anões onde começa a viver por uns tempos. A Rainha então tenta diversas vezes matar a Branca de Neve. Na terceira tentativa, ela se disfarça de velhinha e oferece a tão famosa maçã envenenada para a garota, que come e cai em sono profundo (ou morre, como preferirem).

     Para encurtar: após tentar acordar Branca de Neve e nada acontecer, o príncipe a cutuca e a golpeia, até que ela consegue cuspir a maçã e acorda. Eles se casam e a mãe biológica da menina é forçada a usar sapatos de ferro aquecidos na brasa e dançar até morrer.

A BELA ADORMECIDA

     O conto original não é tão doce quanto a da Disney (depois das histórias anteriores era de se esperar, certo?). A princesa adormece não por causa de uma maldição, mas sim por uma profecia.

     Aos 16 anos a garota espeta o dedo em uma roca e cai em sono profundo. Um príncipe, ao vê-la dormindo, aproveita a situação e a estrupa (!). Ela então, ainda dormindo, engravida de gêmeos. Ela passa os noves meses dormindo e, quando os bebês nascem, começam a procurar desesperadamente por comida (tipo, qual a lógica dessa merda?? A pessoa tem filhos DORMINDO?? Esse, pra mim, foi o conto mais absurdo). Uma das crianças começa a chupar o seu dedo e engole a farpa que fez com que a garota adormecesse. A criança morre engasgada e a Bela acorda. Fim!

A PEQUENA SEREIA

     A sereia Ariel, após completar 15 anos, pôde subir até a superfície para conhecer o mundo humano. Naquele dia houve uma forte tempestade, e ela conseguiu salvar um príncipe que estava num navio e o levou inconsciente até a costa. Em terra firme, uma camponesa consegue “salva-lo” e ele se apaixona perdidamente pela garota.

     A sereia busca uma maneira de se tornar humana, para poder casar-se com o príncipe. Ela procura uma bruxa no fundo do mar, que lhe dá uma poção para que ela possa ter pernas. Entretanto, ela ficará muda e viverá sempre com os pés doendo, como se estivesse pisando constantemente em vidro. E ela só poderia continuar sendo humana se o príncipe a amasse e casasse com ela, caso contrário, ela morreria na madrugada da primeira noite que o príncipe casasse com outra.

     Ela aceitou e tomou a poção. Ao chegar ao mundo dos seres humanos ela encontra seu amado. Ele se encanta com a menina, mesmo sendo muda.

     O pai do príncipe quer que ele se case com a princesa do reino vizinho, mas ele diz a Pequena Sereia que não irá casar-se, pois está apaixonada pela camponesa que “o salvou”. Cheia de tristeza, ela espera pela morte. No dia do casamento, as irmãs da sereia aparecem com uma faca que conseguiram com a Bruxa do ar e afirmam que ela não terá mais a forma humana se matar o príncipe.      A sereia não tem coragem de mata-lo e, na madrugada de seu casamento, ela morre. Porem, não vira espuma do mar, e sim um “espírito do ar”.

     Bizarro, não? Conhece outra versão desses contos ou de outros? Só deixar um comentário contando. Beijos!